sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

3 – Uma tarde de chá

"Somos notas, soltas notas

a compor a melodia

vinda das praças, vinda das massas

vinda de onde não se ouvia"

Negros. Cabelos longos e negros. Presos com uma tira de pano branco. Lisos. Olhos castanhos, brilhantemente tristes. Ligeiramente alva. Caminhava no embalo natural dos passos no corredor da escola. Olhavam todos para a criatura, alguns com medo, outros disfarçadamente.

-Não sei por que tanto receio de mim. Não sou de fazer maldades! – gritou o ser para todos ali presentes.

-Sois uma Kushinada, a terrível família das princesas sacrificadas. – ousou um a falar.

-Mesmo que eu seja descendente desses Kushinadas, ainda sim, os atuais não são como os do passado. – respondeu. – Eu, Miko Kushinada lhes juro isso!

E continuou os passos, largos até seu armário. Apesar de não ter franja propriamente dita, duas mechas que ficavam soltas do pano, esconderam as lágrimas que rolavam. Como toda canceriana, Miko era sensível e não segurava bem suas emoções.

-Miko, tudo bem? – uma vozinha de criança, mas em tom adulto ao lado se preocupava.

-Shiori...

Uma menina de 10 anos, longos cabelos prateados, presos em duas marias-chiquinhas. Olhos azuis como o céu da manhã. Essa era Shiori. Sem contar, olhos miudamente tristes e preocupados.

-Te magoaram de novo, não é, Miko? – indagou Shiori.

-Liga não, não me magoa assim tão fácil. Afinal, sou uma Kushinada. Os Kushinadas sabem lidar com tudo, por isso somos os melhores xamãs...

-Sei... A lenda dos Kushinadas em Tóquio não é das melhores, menina. – retrucou Shiori.

-É assim tão fácil ser uma Ono? – implicou Miko sentada no chão encostada e com o queixo apoiado com a mão direita. – Uma família rica, de gênios. Vive no exterior...

Shiori sentiu-se incomodada. Sentou-se ao lado de Miko e olhou a menina Kushinada nos fundo dos olhos.

-No Japão, de certo modo, todas as famílias são difíceis de viver. – respondeu Shiori. – Hei, olha só quem vêm lá. Nossas futuras companheiras. – Shiori apontou para duas amigas que andavam juntas. Uma mais alta que a outra. Uma loira, outra ruiva... Sim, Kiara e Yui.

-É... São elas mesmas. Não há como negar. Como faremos para atraí-las até nós?

Shiori sorriu:

-Convidando para um chá em minha humilde casa.

As duas tocaram e saíram para a aula.

Ikki estava em seu quarto, descansando. Olhava o teto. Um tédio enorme tomava a cabeça e então deu um suspiro. Alguém bate na porta.

-Posso entrar? – era Shun, que com a porta entreaberta ao perguntar enfiar a cabeça no vão.

-Acho que a pergunta é idiota, não Shun?

-Quando você vai voltar? – perguntou o cavaleiro de Andrômeda.

-Fui demitido. Voltei por que tinha saudades dos meus amigos e do meu irmão mais novo.

-Demitido, o que você fez? – Shun estava com os olhos arregalados com a resposta do irmão.

-Impliquei com o chefe, sabe? Não me dou bem sendo mandado. – respondeu Ikki com gargalhadas. – Me diga, Shun, quando vai resolver se casar com June?

Shun ficou vermelho. Gostava da amazona, mas ela não queria sair da Grécia. O que Shun queria era traze-la para o Japão e dizer que jamais teria que lutar. Mas June era teimosa e não queria deixar posto de amazona de Camaleão. Mas agora, Shun tinha uma conversa para ela desistir da teimosia.

-Querer casar eu quero, Ikki, mas June não quer vir para cá. – Shun respondeu aborrecido.

-Mesmo com as sailors tomando conta do mundo agora?

-Isso que vou falar com ela! – respondeu com um largo sorriso Shun.

Novas batidas na porta. Eram Shiryu, Hyoga e Saori.

-Você disse que conhecia uma dessas sailors, não é Ikki – indagou Saori.

-Sim, conheço a Sailor Touro.

-Eu convido essa menina para vir aqui na mansão. Irei envia-lo para lá e minha Fundação terá um avião e tudo o que for necessário. Essa menina é uma chave para nós entendermos o que está acontecendo. – explicou Saori.

-Mas não creio que a irmã, que toma conta dela, vai deixar...

-Terminaram bruscamente. – ironizou um pouco Hyoga.

-Não é isso. – Ikki olhou rispidamente para Cisne e continuou – Sabe como é. Jeannie é muito grudada com Scarlaty. A pobrezinha mesmo já reclamou que nem arranjar um namorado conseguia arrumar.

-Leve esse celular. – Shun colocou sobre as palmas da mão de Ikki, um celular, para o ano 2000 até que bem moderno. – Tem uma tecnologia nova, pega em qualquer lugar do mundo. Aperte "1" e depois o botão verde...

-Eu tenho um celular, mas só pega nos EUA. Sei como ligar para outro telefone. – Ikki olhou com certo desdém para o celular.

-É discagem rápida e irá cair direto na sala da Saori. Isso que eu queria dizer.

Ikki disfarçou do equívoco. E pegando decididamente o celular disse:

-Tá, eu topo.

-Shiori, eu não, nem vem!

Miko estava visivelmente irritada. Shiori havia passado a ela a missão de convidar Yui e Kiara para o tal chá. A jovem aprendiz de sacerdotisa não aceitara a situação, uma vez que sua família não tinha das melhores famas. E isso daria uma confusão ou no mínimo o desdém da dupla a ser convidada.

-É uma forma de mostrar quem realmente você, Miko. – explicou Shiori, colocando na mão o convite com mapa improvisado que ela fez durante a aula. – Sei que és uma Kushinada daquela família, mas, os Kushinadas não são aqueles mesmos que sacrificavam suas sacerdotisas...

-Diga isso para a sociedade! Vamos, quero ver! Com toda certeza irá ser mal vista por apoiar um Kushinada! – replicou Miko, quase entrando em lágrimas.

-Ok, chorona, eu vou com você, mas tu fala e qualquer coisa eu seguro as pontas, ouviu? – concluiu Shiori.

Miko sem opção, aceitou a condição e então junto com sua amiga saiu de encontro com Kiara Hongo e Yui Kashiwara.

Não demorou muito para que se encontrassem. Miko se aproximou das duas e falou:

-Hongo e Kashiwara, não?

Kiara prontamente respondeu:

-Sim somos... Mas você não é Miko Kushinada?

Miko se entristeceu. Achou que elas sairiam daí na boa. Suas estrelas não eram das melhores... Quando Shiori ia falar algo para protegê-la, Kiara continuou:

-Precisam de algo? Em que podemos ser úteis?

Yui tinha um pouco de medo da tal história da família de Miko, apoiou sua mão no ombro da Kiara, mas ela apenas respondeu para a amiga, entendendo o que Yui queria dizer:

-Não podemos julgar ninguém, não é? As pessoas não têm culpa do passado que não lhes pertence, tampouco julgadas sem que seja conhecida sua índole. Miko, eu não tenho medo de você nem do passado de sua família.

Miko nunca dera tamanho sorriso de alegria. Depois de Shiori, nunca ninguém lhe dera tamanha demonstração de carinho ao próximo, não importando com o passado ou quem era. Tamanha foi a alegria que deu um forte abraço em Kiara.

-Obrigada, Hongo, não imagina o que está fazendo. Minha fé no coração das pessoas está renovada... – e então retomou ao assunto inicial, se separando de Kiara. – Eu e Shiori estamos convidando vocês para um chá no sábado, na casa de Shiori... Aceitam ir?

-Sim, aceitamos. – respondeu Kiara, antes de Yui falar alguma coisa. – Nós duas iremos sim.

E pegaram o convite-mapa das mãos de Miko, que não parava de sorrir. Não devemos julgar ninguém pelos atos que não lhe pertence, não importa o que a família fez no passado. Ninguém é igual nesse mundo, por que pessoas da mesma família deveriam ser?

Miko se ajoelhou no chão sorrindo e com os olhos mareados de tanta alegria. A alegria era tão grande, que se morresse agora, morreria feliz para toda a eternidade. Shiori se aproximou da amiga e sussurrou no ouvido:

-Viu? Nem todos são igualmente preconceituosos. O preconceito é receio, e Kiara não tem receio de você.

-Talvez seja o destino de todos nós... Mas, ao ver os olhos dela, tão sincero... Não era o destino, era ela mesma! – soltou louvores de alegria.

As duas caminharam para as últimas aulas do dia, que Miko enfrentaria sem dor ou cansaço. Era só alegria, só alegria...

Tam – Tam! Uma chapa de aço era batida violentamente por outra coisa de metal. Uma bala! Ikki para não perder o hábito de policia americana, freqüentemente ia para o pomar atirar num alvo que ele tinha feito. Quando perdia a paciência, ele também socava a chapa, desta vez para não perder o jeito de cavaleiro. Num dos tiros, a bala pegou num canto da chapa, fazendo esta voar para o lado, revelando um singelo túmulo. Com letras ocidentais, via-se escrito "Seiya". Foi ali que Saori construiu um túmulinho para lembrar de Pégaso, onde os restos mortais estavam na Grécia.

Ikki então se aproximou e agachou observando a pedra.

-Então é isso, né, cara? – sussurrou ele, como se no lugar da pedra estivesse Seiya. – Foste muito corajoso. No fundo, eu não teria tanta coragem. Só queria saber se ficou no Além ou se está aqui na Terra, olhando por nós...

-Aonde quer que ele esteja, sempre estará ao nosso lado. – era Shunrei, que estava ali pegando algumas ervas para fazer um chá para si. Mesmo sem ter conhecido muito o cavaleiro de Pégaso, ela sentia a mesma dor que todos que estiveram com ele. Afinal, se não fosse por ele, seu marido teria morrido no torneio.

-Ah, que susto, é a esposa de Shiryu... Shunrei, não?

-Sim. – respondeu, desta vez com um sorriso. –Eu e Shiryu nos casamos um ano depois que você sumiu.

-Olha, desculpa não ter comparecido... Não suporto ficar muito tempo num mesmo lugar.

-Não precisa se desculpar. Afinal, sua missão ainda não terminou, não é?

Ikki olhou para Shunrei que estava saindo dali. Olhou estranhando muito sobre o que ela havia dito, não entendendo nada.

-Uma missão que está dentro do seu coração, uma missão só sua... – e finalmente saiu, sem dizer mais nenhum "A".

Ikki refletiu suas palavras. "Uma missão dentro do coração" teria algum significado para ele? De repente sentiu uma dor enorme, um sentimento de angústia e saudade. Sentou-se numa árvore perto dali e olhou as nuvens. Brancas como a neve... Neve...

"Como queria mostrar a neve e essas nuvens brancas para Esmeralda..." – pensou Fênix. Sim! Ele se lembrara do que sofria, era Esmeralda. Ele ainda buscava Esmeralda, uma nova Esmeralda! De alguma forma, Shunrei percebeu que ele tinha alguma mágoa. E acertara.

Saiu dali e foi para o quarto. No dia seguinte iria buscar Scarlaty, a jovem Sailor Touro.

A manhã seguinte, o sábado esperado! Em lado da cidade de Tóquio Ikki pegava o jatinho particular da Fundação. Noutro, Kiara e Yui estava num ônibus, indo para a casa de Shiori.

Um teria um pequenino desafio. As outras uma revelação.

Finalmente, Kiara e Yui chegaram a "humilde residência de Shiori Ono". Humilde de brincadeira no papel, por que a casa era uma verdadeira mansão! Apertaram o interfone, onde uma voz delicada e educada surgiu no aparelho.

-Sim, residência da família Ono?

-Somos Kiara Hongo e Yui Kashiwara, colegas de escola de Shiori Ono. – respondeu Kiara com tal mesma educação.

-Oh, sim, já vou abrir o portão. – e o portão abriu devagar e as meninas entraram no terreno, e logo em seguida na mansão.

Shiori e Miko estavam na recepção, e sorriram imensamente.

-Sejam bem-vindas a minha casa. – disse Shiori. – Venham ao meu quarto para deixarem as bolsas de vocês e conversarmos um pouco antes do chá.

Yui estava encantada com cada detalhe do quarto de Shiori. Tinha um monte de bichinhos de pelúcia e uma cama gigante, vários armários de roupas. Isso só para o começo: um quarto de paredes rosinha-bebê, uma graça.

-Sentem-se na cama mesmo, Hongo e Kashiwara. – disse Shiori.

-Não precisa nos chamar de Hongo e Kashiwara, pode nos chamar só de Kiara e Yui. – respondeu Yui, já se enturmando com a situação...

-Bom, Shiori, vamos revelar o motivo principal do convite! – comentou Miko, toda contente.

Shiori foi até uma mesinha e de dentro do estojinho de jóias, pegou dois objetos reluzentes, em forma de lápis, caneta. Um, parecia ser cinza, foi para as mãos de Miko, e o outro, azulado-turquesa, ficou com Shiori mesmo.

-Nós sabemos quem vocês são, Kiara e Yui. Apesar de também sabermos que foi há pouco tempo o de vocês. Nós já fazemos uns seis meses, mas, já é um tempo a mais. Vamos, Miko?

-Nem precisa perguntar! – respondeu prontamente Miko, com um sorriso de aventura.

-PELO PODER...!

-PELO PODER DA...!

-...DA CONTELAÇÃO DE...!

-...CONSTELAÇÃO DE...!

-...GÊMEOS...!

-...CÂNCER...!

-TRANSFORMAÇÃO! – terminaram a duas juntas. Shiori foi envolta por pequenas luzinhas em forma de fadas. Miko por luzes que lembravam as bolas de fogo, uma das formas assumidas pelos espíritos nas lendas japonesas.

Depois, surgiram duas guerreiras sailors: Sailor Gêmeos, com o colan branco, saia, paninho de marinheiro e barra das luvas azuis-turquesas. O laço, um suave vermelho. Sapatos boneca preto e meias 3/4 brancas e os cabelos em duas marias-chiquinhas graças a dois lacinhos vermelhos. Sailor Câncer tinha a saia e cia. prateada, laço rosa e botas do mesmo prateado. Seus cabelos presos como sempre na forma de Miko.

-Vocês, são sailors? – perguntou Yui assustada.

-Acho que deu para ver... Nós sabemos que vocês são sailors, mas de qual constelação vocês são não dá para adivinhar. – respondeu Miko.

Yui pegou sua caneta e Kiara seu broche e ambas invocaram seus poderes e se transformaram em Sailor Moon e Sailor Escorpião.

-Não creio nisso! Sailor Moon Atena já apareceu! – exclamou Sailor Gêmeos, não sabendo se ficava preocupada ou alegre.

-Ué, o que foi, Sailor Gêmeos? – indagou Escorpião.

-Quando a Sailor Moon aparecesse é o sinal que já está na hora de enfrentarmos o nosso destino. – respondeu trêmula a jovem de Gêmeos.

Yui ia perguntar o que isso queria dizer, mas tiveram que rapidamente se transformarem de volta em garotas normais, por que a empregada vinha avisar que o chá seria servido e que lugar seria. Todas escolheram o jardim e então foram para lá.

-Shunrei, depois que Ikki saiu do pomar, ele ficou estranho, sabe o que houve? – Shiryu estava preocupado com o amigo.

-Acho que finalmente entendeu uma coisa. – respondeu na boa a mulher.

-O que?

-Sua verdadeira missão. Uma missão que todo ser vivo tem, mas que eu, você, Hyoga e Eiri já completamos. Ikki quase a completou, mas um acidente destruiu e agora ele é quase que uma alma que vaga na escuridão. – explicou Shunrei.

-Ainda não entendi, onde quer chegar?

-A alma amiga, a outra metade... A alma gêmea... – completou Shunrei, levantando os olhos para seu marido. – Ele e Saori possuem essa mágoa.

Shiryu fitava a esposa com muito respeito. Ela adivinhara a maior parte dos problemas do cavaleiro da constelação de Fênix...

-Nós já somos felizes casados, assim como o Hyoga com a Eiri. Shun, mesmo sem casar com June, pelo que eu ouço, também se acharam. Mas, sabe, fico pensando...

-Em que? No que está pensando? – indagou Shiryu, muito curioso com tudo.

-Se Seiya antes de partir, encontrou a alma gêmea dele. – Shunrei voltou a olhar o marido. Sabia que falar de Seiya doía em seu coração, assim como nos outros, afinal Pégaso foi um dos seus melhores amigos.

-Espero que sim, por um lado, mas noutro... A pessoa que seja a alma gêmea dele, deve ter ficado muito angustiada... – respondeu com um sorriso sereno, mas cheio de tristeza o cavaleiro de Dragão.

Os dois ficaram mudos depois. Continuar aquela conversa seria muito ruim.

Uma estrela cadente caiu no céu... Mistério... E um sorriso maldoso e conhecido brilhou...

Continua...

2- O Novo brilho da Antares

"Quando tudo está perdido

sempre existe uma luz."

O dia seguinte à noite agitada chegava, o Sol brilhante feito o reflexo do ouro.

-O ouro, elemento químico de símbolo...

Kiara nem escutava a professora de química, explicando sobre os metais. Procurava entender o que estava acontecendo em sua vida atualmente. Viajava na noite anterior, para impedir o sono de levá-la na aula. "MOON TIARA, ATACK!" As suas palavras ao dizer o nome do ataque dela. Yui nunca viu a amiga daquele jeito. Sempre prestativa e boa aluna, agora tão desligada.

-Está tudo bem com você, Kiara? – sussurrou Yui a amiga.

-Me deixa quieta. – respondeu rispidamente a garota.

-Kashiwara! Hongo! Que coisa mais irritante, nunca imaginei as duas melhores alunas da sala fofocando em aula! Para fora, para fora, agora!

As duas foram para o corredor. Kiara estava mal-humorada com a amiga, por causa da curiosidade dela, as duas tinham ido para fora de sala.

-Você não me contou. – continuou Yui.

-Olha aqui, sua patricinha idiota, você é rica e estuda por que quer, sem estudo você poderia ser modelo e continuar gozando do dinheiro que sua mãe deixou! Eu não, eu sou de origem humilde e tenho bolsa! Essa saída de sala pode me custar o fim dos estudos! Eu não sou como você!

Yui fechou a cara. Odiava a palavra "modelo" por conta do passado.

-Kiara, sua besta! Por que me fez lembrar do meu passado? Esquece do que eu disse sobre modelos? – e saiu batendo os pés para o banheiro mais próximo.

Kiara continuou a olhar a amiga se afastar. Sentiu-se triste. As duas se magoaram mutuamente. Uma com a pobreza, a outra com o passado.

-Yui!

Não teve resposta. Kiara era orgulhosa, Yui começara a discussão, não iria pedir perdão pelo ocorrido nunquinha.

No banheiro, Yui se escondera num dos box e chorava, sentada e encolhidinha num canto. Sentia uma raiva enorme da amiga, agora que ela fizera lembrar da mãe, uma ex-modelo.

-Kiara, por que... Por que, me fez lembrar... Da última vez...?

Ela desferiu um soco na parede, mas a patricisce foi mais alto e ela começou a chorar, não pela mãe, sim pela dor que estalava entre os dedos.

A porta do banheiro se abriu, e Yui tremeu, suando frio. Ela subiu no vaso sanitário e trancou a porta, rezando para não ser descoberta.

-Saia daí!

Yui ouviu a voz que lhe aliviara, apesar da raiva.

-Já deu intervalo, boba! – era Kiara, que batia na porta.

-Já vou. – respondeu Yui, enxugando os olhos em desmanchar a maquiagem. Abriu a porta e abraçou a amiga fortemente.

-Huh, surgiu uma sailor boazinha, então? – uma das misteriosas vozes da última vez.

-Sailor Moon Atena... Pensei que fosse lenda. – disse outra, parecendo ser mais infantil e boa.

-Nós também somos lenda, esqueceu? – disse outra mais nervosa.

-Quer dizer, os animais deuses que nos dão nome... – uma quarta termina a pequena discussão. – Hum...Chegou então, Tormenta?

-Mestra, podemos juntar essências mais fáceis e com elas teremos a Essência de Atena com muita facilidade! – surgiu a criatura, uma mulher com roupas árabes, mas pele azulada e orelhas de elfo. Seus olhos eram parecidos de um vampiro: pupilas finas e íris branca e brilhante!

-Fala das doze essências, representante dos doze signos do zodíaco? – perguntou a primeira.

-Sim – respondeu com um malicioso sorriso entres os lábios vermelhos – e creio que senti Escorpião na família que destruí há alguns anos... E dizem que os homens que possui essas essências são os doze cavaleiros dourados e as garotas que as possuem...

-Eu respondo, eu respondo, são as Sailors Zodíaco. Acertei, acerteeei! – interrompeu a mais bobinha. Ouve silêncio, possivelmente as outras olharam a infante com raiva.

-Claro, mestra. Mesmo que não sejam suas reencarnações, as essências se dividem. – e com certeza, um cosmo de valor idêntico surgirá! Irei e trarei a essência de Escorpião!

Tormenta saltou e desapareceu. Uma das malvadas revelou-se, com uma cara de dúvida se Tormenta era ou não confiável. Era uma moça ocidental, de olhos azuis, loira, as longas madeixas lisas presas em duas marias-chiquinhas. A roupa de Sailor era escarlate, com o laço de mesma cor. No centro do broche central, via-se um pássaro em relevo.

-Sim, você trará... Mas será destruída, huh, huh! – terminou com um sorriso maligno e fugiu para a sombra de novo.

flashback

Uma mulher muita bela, loira de cabelos ondulados como as ondas do mar, olhos verdes-mel está numa varanda cheia de flores.

-Mamãe, mamãe! Papai vai me levar para ver o cachorrinho na loja e vai me levar para comer lanche e sorvete! – uma menina loirinha, com um chapéu enorme na cabeça, que chega a cobrir o rosto corre até essa mulher.

-Há, com um chapéu deste você não vai conseguir andar, Yui – ela tira o chapéu da menininha e o rosto é de uma Yui Kashiwara pequena, de uns oito anos.

-Você vem? – perguntou inocentemente a criança.

-Mesmo estando fora das passarelas, ainda sou muito comentada... Melhor não, deixa outro dia. – e foi para dentro da casa, não sem antes dar um beijo na pequena criatura a sua frente.

-Eu vou trazer um "cacholo-quente" para você! – disse antes de ver a mãe entrar na residência.

-Se fala cachorro-quente, Yui –chan! – e então entrou de vez.

E Yui saiu com o pai.

-Mãe, eu troux... AAAAAAAH! Mãe! – Yui estava horrorizada. Sua mãe estava caída no chão da cozinha, com um copo de vidro quebrado ao seu lado.

-O que houve minh... Não, Mirela! – o pai de Yui corre até a esposa e a abraça – Yui, ligue para a ambulância, ande!

Yui estava trêmula. Olhos fitavam a mãe inerte nos braços do pai. Ela saiu de ré da cozinha, sem tirar os olhos do anjo adormecido, adormecido eternamente.

No dia seguinte, um cemitério ocidental. Yui num vestidinho preto, debaixo de um guarda-chuva. Não acreditava ainda que a mãe se envenenara. Kiara chegou correndo. Na época, Kiara tinha um cabelo longo até as costas.

-Sinto muito, Yui.

Yui a abraçou entre os soluços.

Yui estava andando no corredor com seu sanduíche. Ao lado de Kiara, ambas mudas. Yui, então quebrara o silêncio.

-Sinto ter dito aquilo. Desculpe-me por deixa-la em maus lençóis.

-Eu e que peço, Yui.

A loira olhava na amiga com surpresa. Kiara era orgulhosa e jamais vira a amiga pedir desculpas.

-Te fiz lembrar... De coisa ruins, né?

-Você é que tem direito de me humilhar. – Yui parou um pouco. – Ás vezes, temos coisas guardadas só para nós, não é?

Kiara olhou para a amiga com um sorriso simpático.

-É melhor não te contar o que é. Pelo menos por hora.

Shiryu estava numa parte mais afastada da mansão. Tinha um pequeno pomar e de baixo de uma cerejeira, estava encostado... Pensando...

Hyoga chegou perto, surpreso com o susto que Dragão levara.

-O que aconteceu? Não é de se assustar.

-Quem é aquela moça? Sailor Moon... Já ouviu falar em categoria sailor dentro dos cavaleiros? – falou Shiryu, sem tirar os olhos do céu.

-Não, que eu saiba. Mas má ela não deve ser. – parou para um leve suspiro – Afinal, ela salvou a Saori.

-Só queria saber, quem está tentando fazer o mal desta vez. – terminou Shiryu, aparecendo um pouco aborrecido. Apesar de não querer lutar por causa de Shunrei (não gostando muito do fato de ficar longe dela) e do pesar quanto a Seiya, o cavaleiro ficava irritado sem saber o que acontecia, e disfarçava com aborrecimento.

-Há, que é isso. Sherlock Holmes e seu fiel amigo Watson matutando sobre novas ameaças a Terra? – uma voz irônica e conhecida, sentada em cima de uma mureta, ria da cara dos dois.

-Ikki? – disseram os dois cavaleiros restantes, num coro incrível.

-Qual é? Parece até que nunca me viram. – disse ele caçoando um pouco da alegria dos cavaleiros de Cisne e Dragão.

-Depois de 6 anos sem dar notícia, que cara gostaria de ver estampada? – disse Hyoga, indo na do Fênix.

Ikki cumprimentou os dois, com muita alegria. Estava vestido com uma calça jeans, com alguns rasgos no joelho, uma blusa azul clara com uma estampa cheia de estrelas douradas e uma jaqueta de couro. Seu cabelo estava mais curto, mas sorrisinho irônico não.

-Shun ficará muito feliz em te ver. – disse Shiryu

-E você, pelo jeito arranjou uma prisão, hein, Shiryu? – disse gracejando e olhando discretamente para a aliança no dedo de Dragão.

-Não fui só eu, faz pouco tempo e Hyoga também se arranjou. – resolveu também entrar Shiryu.

-Irmão!

Shun tinha acabado de chegar ao pomar, ia a pedido de Saori buscar Hyoga e Shiryu para irem almoçar. Agora, ele estava em lágrimas de tanta felicidade ao ver o irmão.

-Passa ano e você não muda, hein, Shun?

-Onde você esteve nesse tempo todo? – perguntou Shun quando acabou de abraçar o querido irmão mais velho.

Iam caminhando até a entrada da casa conversando.

-Os Estados Unidos é um lugar até que calmo. Mas não para quem tem que trabalhar para protege-lo. – Ikki ia contando suas aventuras nos EUA, onde tinha trabalhado como detetive especial. – Lá também tem seus super-heróis.

Todos olharam para Ikki. Achavam que estavam delirando. Estava certo que todos ali era super-heróis, mas deles?

-Eu tive uma namorada lá que tinha uma irmã mais nova, faz uns sete meses que terminei com ela. Essa menina chamava Scarlaty e é uma ótima roqueira, sabiam? Ela havia confiado a mim um segredo quando soube que era o cavaleiro de Fênix. – ia dizendo e os outros mais intrigados com desenrolar da história.

-Segredo? Se eu fosse ela não confiaria segredos para você. – disse Hyoga, fazendo brincadeiras de novo.

-Aham, continuando, Scarlaty tinha recebido algum tempo atrás, uma espécie de caneta com o símbolo de Touro. E disse também que se transformava numa guerreira chamada Sailor Touro...

Nessa hora todos se engasgaram. Ikki olhou para os amigos sem entender o motivo do engasgo deles.

-Você disse "Sailor"? – indagou Shun com uma cara assombrosa. Ikki pensou que todos estavam tirando chacota da cara dele.

-E ela utilizou os poderes de transformação na minha frente.

-Então existem mais sailors... – começou a meditar sobre o assunto, Hyoga.

Ikki olhou para Cisne com uma cara muito esquisita. Desconfiava que os três amigos estavam fazendo teatrinho para zoarem com ele. Mas aí, ele reparou que tanto Hyoga quanto Shiryu estavam muito sérios.

-Então existem mais mesmo. Conhecemos ontem outra guerreira dessa linha. Chamava-se Sailor Moon Atena. – completou Shiryu.

-Afinal, o que anda acontecendo? – perguntou Ikki.

-Isso que queremos saber, irmão. Talvez você possa nos ajudar mais. – explicou Shun colocando sua mão no ombro de Ikki. E entraram na residência.

Yui voltava para casa e entrava em seu quarto. De tanta tristeza, pensara em dormir um pouco até a hora do jantar. O jantar... Que falta da comidinha que a mãe fazia... Ela se foi tão nova. E com esses pensamentos, adormeceu.

Ela se vira numa praia, onde Kiara, vestida de branca, olhava o horizonte.

-Kiara!

A menina olhou Yui sem expressão, causando um imenso pavor que lhe correu pelo corpo. Então, ela lhe apontou para um grande rochedo nas areias douradas e lhe falou:

-Essa é a ilha de Milo, um dos lugares na Terra que mais tem escorpiões. Um dia virá aqui, com certeza.

-O que quer dizer com isso? – Yui estava amedrontada.

-Talvez não poderei protegê-la hoje... Olhe para o céu e 15 estrelas lhe auxiliarão. Yui, você enfrentará algo que corta o coração. A dor da saudade e a falta de esperança entrarão em você. Não perca a fé.

-E com toda certeza irá vencer!

Uma voz masculina ecoou pelo local. Sua direção era o mesmo rochedo que Kiara lhe apontara. Yui olhou assustada e viu um rapaz de uns 20 e poucos anos. Tinha olhos azuis e cabelos de mesmo tom. Eram razoavelmente grandes e ligeiramente ondulados. Vestia-se de grego e sua roupa possuía detalhes em dourado, contrastando tão suave com o branco dela. O homem desceu o rochedo e veio em sua direção.

-Antares há de te guiar... – completou o rapaz antes de desaparecer nos sonhos.

Yui voltou seu olhar para Kiara e esta, também desapareceu. Então olhou para as águas do mar. Nelas viu um reflexo de uma estátua. Lembrara do que era a estátua! Já tinha visto nos livros, era a estátua de Palas Atena, deusa da sabedoria e das causa justas! E logo acima, estrelas. As 15 estrelas se dispunham num "S" terminado por um delta de três estrelas. E antes de acordar, ouviu algo gritar, mas baixo em seu ouvido:

"ESCORPIUS!"

Yui terminara então o jantar.

-Poderia ir comprar algumas latas de refrigerante? – seu pai pediu.

-Sim, com todo prazer. – pegou o dinheiro da mão do pai e seguiu até o mercadinho mais próximo da sua casa. Era noite, a mesma lua cheia prateada brilhava, alta lá no céu. Sentiu uma sensação gostosa da luz da lua e ao mesmo tempo um vento gelado de mau presságio. Comprou as duas garrafas de coca-cola e seguiu caminho de volta para casa. Numa parte do caminho sentiu alguém atrás dela e virou-se. Zás!

-Yui!

Kiara estava lendo um livro de origem estrangeira na boa, quando sentiu que a amiga corria perigo. Saltou da janela e se transformou em Sailor Moon.

"Deus meu, ajude Yui até chegar lá!"

Yui viu uma mulher terrivelmente monstruosa. A mesma dita anteriormente.

-Yui Kashiwara, filha da modelo. Há, me passe sua essência, agora. – disse gritando a mulher.

-Essência, do que?- perguntou assustada Yui.

-Passe a essência de Escorpião, AGORA! – e a mulher atacou, por milagre, Yui se esquivou. – AGORA NÃO ME ESCAPA! ESPELHO DO TORMENTO!

Yui foi pega e relembrou cada momento sobre a mãe. Sentiu que a mulher lhe passara tudo o que a mãe estava sentindo.

"O desânimo da mamãe não foi dela... Algo a prejudicou!"

Yui acordou. Olhou para os céus e viu a constelação que no sonho estava refletida na água. Uma brilhava mais, era Antares. Possuída por uma força estrema, seu cosmo pela primeira vez surgiu. Um grande trovão caiu ali perto e eletricidade se formava nas mãos delicadas de Yui. Apontou o dedo indicador direito para o monstro e toda a eletricidade carregada nos membros se juntou ali.

-ELETRONIC ANTARES! - e um raio dali foi disparado, atingindo no ombro esquerdo daquela mulher.

Após o ataque, Yui respirava rápido e não entendia o que acontecia. Da estrela Antares veio descendo outra luzinha e parou na frente da jovem. Uma caneta esverdeada, na ponta uma estrela dourada e dentro, um cristal verde com o "m" de escorpião e as estrelas da constelação. As palavras surgiram do nada e empunhou a caneta, envolvida de eletricidade.

-Pelo poder da constelação de Escorpião! Transformação! – e um círculo de eletricidade a envolveu e ao voltar, uma nova sailor surgiu. Com saia, bota e aquela paninho de marinheiro nas costas verde-escuro, laço rosa, com luvas e colan branco. A tiara tinha na sua extensão dourada uma pedra verde e no centro do laço, um broche dourado com o símbolo de escorpião reluzia.

-Sailor Escorpião está na área!

-Nããão, outra sailor! – gritou a mulher. – Impossível, eu tinha enviado para o tormento!

-Foi você que fez minha mãe cair em depressão? Agora vou me vingar, Tormenta! – respondeu cheia de energia (literalmente) Sailor Escorpião.

-Grrr, você é que verá: DARK STORM!

-THUNDER GREEN! – e de uma antena na tiara enormes raios verdes apareceram e dispararam contra a Tempestade Negra de Tormenta.

Os poderes se chocavam e parecia não ter um vencedor. No meio do cabo de guerra, Yui resolveu dispara juntamente com o Raio Verde, a Antares Eletrônica.

-ELETRONIC ANTARES! – A balança pendeu para que Yui vencesse e com um misterioso toque final dourado, Tormenta foi derrotada. Sailor Escorpião cai sentada no asfalto, cansada de sua primeira batalha, quando vê outra garota vestida como ela, só que rosa e azul-marinho. Era Sailor Moon.

-Você está bem? – perguntou Sailor Moon.

-Estou, graças a Deus. Afinal quem é você? Se formos companheiras, devemos nos conhecer... – respondeu ao mesmo tempo em que perguntava.

Sailor Moon voltou à forma simples e revelou ser Kiara. Escorpião arregalou os olhos.

-Kiara? Era isso então? – e voltou a ser Yui.

-Eu sabia que era você... Minha intuição não falha... – respondeu gracejando Kiara.

-Obrigada...

-Scarlaty me havia contado que as sailors são as guerreiras de Niké, que auxiliavam os cavaleiros de ouro.

Ikki começava a explicar para os amigos o que ouvira de Scarlaty, provável Sailor Touro. Saori ouvia tudo se indagando de como não sabia disso, sendo ela a deusa Atena.

-Sua líder era Helena, a sacerdotisa de Atena, que se transformava em Sailor Moon Atena. Porém teve uma batalha em que todos os cavaleiros e sailor salvaram o mundo, mas se sacrificaram, Helena ouviu antes de morrer as palavras de Niké:

"Assim como Atena prometeu retornar ao mundo toda vez que o mal assolar a Terra, eu voltarei como um cetro mágico para ficar na mão direita. Vocês voltaram quando for necessário, e quando acontecer, eu sairei do cetro e terei minha forma humana, como nossa senhora Atena.

Dentro as doze sailors do zodíaco de ouro, uma se destacará a cada tempo, trazendo o milagre para o mundo."

-Sailors de ouro? Versão feminina dos cavaleiros de ouro? – indagou Shun.

-Sim, pelo que entendi, foi isso.

-Talvez seja por isso que trovejou depois da Antares voltar a brilhar com tanta força hoje. – falou como se nada disso fosse anormal o cavaleiro de Cisne.

Saori se levantou da poltrona de um pulo e perguntou:

-A estrela alfa de Escorpião?

Hyoga respondeu:

-Sim e a sailor que representa esse signo deve ter renascido hoje...

Saori voltou a pensar. O quebra cabeça começara. E o que era o "milagre"?

Continua...

1-O nascimento da nova Lua crescente

Agosto de 2000 – Tóquio

A mansão Kido estava agitada aquele dia. Há um bom tempo que Saori selecionava as melhores alunas da cidade para uma aula sobre Grécia e mitologias diversas.

Ela cansara de fazer as vezes do avô, Mitsumasa, que apoiava torneios de luta mundo afora e agora centrava a cultura e alegria. Tudo culpa do que o destino fizera.

"Sua morte não será em vão, sua morte não será em vão!"

As palavras ecoavam desde a morte de Seiya, o bravo guerreiro da constelação de Pégaso, seu primeiro e único amor. Até a falida Guerra Galáctica, Saori vivia num mar de rosas, que viu desabar aos poucos. A morte do rapaz a fizera cair num abismo, o da tristeza. Ela, que se encontrava na poltrona vermelha do salão de negócios até o momento, se levantou e seguiu até um retrato de Seiya.

Ele estava no Parthenon. O vento suave fazia sua franja dançar ao ritmo da brisa, um sorriso simpático e maroto e ele, encostado na sua Caixa de Pandora. Estava tão lindo, pensou Saori. Agora lhe tomara conta da mente, uma raiva.

"Seu idiota! Por que não foi embora quando mandei? Podias agora gozar da paz que temos. Eu podia me virar sozinha!" – Saori pegou um vazo e ameaçou jogar no retrato – "Idiota! Não sabe a falta que faz!" – parou. Imaginou o que Seiya faria naquela hora. Certamente seguraria seu braço e lhe pediria para acalmar um pouco. Sentiu alguém tocar seu ombro.

"Seiya?" – e virou-se rapidamente. Não foi a figura de Pégaso que viu, e sim, Hyoga e logo atrás Shun, ambos preocupados com Saori.

-Tudo bem com você? – perguntou Cisne, achando estranha a reação da mulher a sua frente.

-Está, só me alterei um pouco...

Parou um pouco, observando os dois cavaleiros. Estavam ali, agora, adultos. Quando tudo aconteceu, eram adolescentes. Ela lamentara a sorte deles, tão novos e tendo de ser tão maduros, enfrentando as mais dolorosas e violentas batalhas para segurança de Atena, ela mesma, e toda humanidade. Já foram uns 13, 14 anos, agora eram homens feitos. Hyoga era recém-casado, fazia um mês apenas. Shun vivia num chove não molha com June: ora queria casar, ora não. Ikki sumira há seis anos e não dava notícias. Shiryu havia se casado cinco anos antes com Shunrei e vivia na China, mas atualmente estavam como visitas os dois na mansão.

-De fato, sentimos falta dele. Todos nós. – disse Shun, adivinhando o que se passava com Saori. Ela se incomodou um pouco e abaixou o retrato e disse cheia de confiança:

-Vamos! Temos um trabalho a fazer!

Os dois cavaleiros assentiram e junto com sua deusa, saíram da sala.

As jovens estavam no salão principal. Havia umas 50 meninas. Todas entre 14 e 16 anos. Entre elas, Kiara Hongo e Yui Kashiwara, duas amigas de infância. Kiara observava a decoração greco-romana da casa encantada. Era uma jovem razoavelmente alta, cabelos castanho-escuros presos a um rabo-de-cavalo que mais parecia um coque alto de bailarina e corpo não tão belo. Não como Yui, que apesar de baixa, tinha um corpo de modelo. Esmeraldas brilhantes no lugar de olhos, cabelos loiro em escova, só a franja não obedecia a regra ditada pelos cabeleireiros.

-Ouvi dizer que os assistentes da Sra. Kido são homens lindos, mais parecem deuses! – comentou Yui.

Sem olhar para a amiga, Kiara respondeu com um sorriso tão lindo quanto seus os olhos castanhos que tinham:

-Para mim, vale mais a aula que admirar homens belos.

Yui bateu de leve na cabeça da amiga, ao estilo "Pedala, Robinho".

-Sua CDF, bobona, pare um pouco com os livros e admire o que há a sua volta!

Kiara ia responder, quando, algo pareceu chamá-la e como que em transe, seguiu para um corredor. Yui ia segui-la, mas nessa hora, Hyoga chamou as alunas e o instinto "paty" fez ela seguir o belo ser a frente.

A menina Hongo estava em frente a uma porta travada por computador. Deu-se um curto-circuito e a porta abriu. Ao entrar, o transe acabou e Kiara voltou a si e começou a admirar o local. Haviam 10 caixas grande com desenhos curiosos. Olhou algumas: uma trazia em seu relevo um busto de mulher acorrentada, outra, um cisne, outra, uma cabeça de dragão. Kiara se achava na sala chamada "Ala das Armaduras", onde as armaduras de bronze ficavam.

-Oh!

Kiara viu no centro da sala, um cetro dourado. Era o Báculo de Niké, a companheira da deusa Atena, Saori Kido. Sem saber disso tudo, Kiara passou a observar de perto o reluzente objeto. Não resistiu, tocou no cetro. Um poderoso cosmo surgiu e do cetro saiu um broche dourado e rosa e a jovem não soltava mais o cetro e sem tirar a mão, ajoelhou-se adormecida. Seu cosmo despertara... e o de Niké, após 8 anos, surgiu novamente.

Shiryu estava no telhado da mansão, curtindo uma suave brisa, há tempos, Tóquio não era a mesma cidade de sua bagunçada adolescência. Já naquela época, era uma cidade poluída, mas não como agora, fizeram Dragão vir a capital do Japão, não por gostar da cidade, e sim, pelos amigos. Estava sossegado, quando sentiu os cosmos, um conhecido, outro não. Ele desceu rapidamente e seguiu até onde sentira. Hyoga pediu a Shun que protegesse Saori, já que ambos sentiram cosmo tão diferente e ficaram preocupados.

No caminho, Cisne e Dragão se encontraram. A porta não abria. O curto que abriu, também a lacrou. Eles arrombaram a porta. Viram uma jovem grudada ao cetro e ao adentrarem a sala, mão deixou de segurar o Báculo e ela tombou, deitando de costas, sem sentidos e foi socorrida pelos cavaleiros.

-O que houve com ela? – perguntou Shiryu.

-Talvez ela tenha ativado Niké. – disse Hyoga, olhando para Shiryu com um ar preocupado. – Talvez seja o prelúdio de uma nova batalha, Shiryu.

Apesar de não repararem, suas expressões tornaram-se assutadas. Não tinham medo de enfrentarem os inimigos outra vez, mas o pêsame de Seiya em seus corações e a angústia de outra batalha mortal... Agora que viviam em paz! Shiryu percebeu que Hyoga sentira o mesmo temor que ele e tentou dissipar aquele ar sombrio.

-Não Tiremos conclusões precipitadas, pode ser também um bom sinal. Vamos leva-...

Kiara acordara. Apesar de tudo o que houve, quando perguntaram o que aconteceu, ela disse não lembrar.

-Qual é a sua escola e seu nome? – perguntou Hyoga tirando do bolso uma relação de nomes.

-Hongo, Kiara Hongo. Escola Eterna Primavera.

-Está se sentindo bem, Hongo? – perguntou Shiryu.

-Estou, não se preocupe, senhor... – respondeu com um tímido sorriso no rosto.

Kiara se sentia tonta, mas sabia que algo aconteceu de diferente.

-Bom, pelo você não é uma bicã... Kiara Hongo, seu nome está aqui! – disse Hyoga com um sorrisinho de brincadeira. Kiara pareceu não gostar da brincadeira e por um curto, mas curto espaço de tempo, e sem saber, ela demonstrou o seu cosmo. Hyoga e Shiryu reconheceram o cosmo. Seja lá quem Kiara era, eles não podiam tirar decisões precipitadas...

-Vou leva-la até onde se encontra sua colegas, Hongo. – assim dizendo, Cisne deu seu braço como um cavalheiro e junto com Shiryu, saíram e levaram a jovem até o salão onde estavam as alunas e Saori.

-Kiara! Deus, onde você estava? Saiu tão de repente! – gritou histericamente Yui, e dando uma risada ao apoiar sua mão no ombro da jovem desaparecida – se foi ao banheiro se arrumar, por que não me chamou?

Kiara se irritou com a brincadeira e empurrou com a amiga.

-Nem eu sei o que aconteceu, e quer brincar com coisa séria, Yui Kashiwara?

-Desculpa, amiga... Mas que tu tava estranha, você estava. Saiu muda, como se algo lhe tomasse...

Hyoga, Shiryu e Shun escutavam atentamente a conversa e se entreolharam pensando que ali podia estar um deus maligno como houve com Eiri e o próprio cavaleiro de Andrômeda ou algo bom, que eles não conheciam. Tão logo o cosmo de Niké apareceu, ele também sumiu, completa e misteriosamente...

A noite caiu, tão bela e estrelada como poucas em Tóquio.

-O que está te incomodando?

Uma pergunta séria e rara, que saia da sorridente Shunrei. Mesmo não podendo sentir a cosmo energia carregada de preocupação do marido, ela sabia que Shiryu estava tremendamente preocupado.

-Não é nada, Shunrei.

-É sim! Senão, por que estaria sendo tão teimoso assim comigo?

Os dois se encaravam num certo ponto até frios. Até Shunrei começar a demonstrar uma expressão triste.

-Não me diga... Não me diga que você...

-O que é que está pensando? – indagou Shiryu, com uma cara de certo modo engraçada.

-Depois de tanto tempo, depois de 14 anos? Você não vai lutar, vai? De novo não!

Shiryu sabia que este era, não somente dela, mas o maior temor de todos os seus entes queridos. Shiryu sentou-se ao lado da esposa e a abraçou, fazendo com que ela encostasse sua cabeça enquanto acariciava a cabeça.

-Eu não sei, Shunrei. Sentimos o cosmo da deusa da vitória de novo mas ele desapareceu da mesmo forma que voltou. Talvez seja um sinal bom, ou um sinal ruim. Sou apenas um mortal, quem sou eu para dizer o que vai acontecer?

-Shiryu, mas o que VOCÊ acha? – perguntou Shunrei, que se segurava para não chorar de preocupação, enquanto observava os azulados olhos de seu grande amor.

-Espero que signifique o fim das batalhas. Não suportaria ficar longe de você de novo, Shunrei.

Depois da resposta, Shunrei não se desabou em lágrimas, porém, dois pequeninos fios de água verteram de seus pequeninos olhos chineses.

A noite também chegara na casa dos Hongo. Kiara estava na janela de seu quarto observando as estrelas. Sentia nelas um poder, um destino.

"Ah, estrelas! Que digam o que me aconteceu. O que me escreveram?"

Ela saiu dali e deitou-se na cama. Tão logo se cobriu com a manta e cai no seu devaneio.

Ela acordou caída no chão de mármore e olhou a sua volta. Vielas gregas. Ela foi andando até chegar num templo numa montanha, que parecia ter um monte seguido. No alto lia-se "Aries" e ela entrou. No recinto, viu uma escultura dourada que parecia um carneiro. Viu chegar perto dela um rapaz belo. Olhos azuis claros e um cabelo dourado como a armadura. Um leve tom bronzeado e um "terceiro olho" na testa completavam a feição da figura aqui descrita. Ela se assustou com a presença do ser a sua frente. E sorrindo desconcertado, o rapaz perguntou-lhe:

-O que aconteceu, senhorita Helena?

-Helena? – foi aí que Kiara viu-se dentro de uma veste grega branca como neve.

-Helena, sacerdotisa pessoal da senhora deusa Atena. Não me reconhece?

Kiara encarava o rapaz. Ele pensando que Kiara brincava com ele, sorriu em meio a gargalhadas.

-Helena, sou eu, Erino, o cavaleiro de Áries.

-Hã... Ah, sim, Erino... Áries. – Kiara fingia entender o que o tal de Erino falava.

-Atena te chama lá em cima, em seu templo. – e apontou para a saída da casa.

Kiara seguiu o caminho, passando por todas as casas. Em cada uma, viu belos homens e esculturas douradas, até chegar a sala de Atena.

A deusa lá estava, no trono e voando ali perto, algo que parecia ser uma fada de asas de pássaros. Ela se levantou, parecendo não se incomodar com a proteção que tinha.

-Kiara, finalmente chegou. Não é fácil deixar uma memória flutuando entre as estrelas, mesmo para uma deusa.

-Você é realmente a deusa que está escrita nos livros de história? – Kiara não podia deixar de se espantar.

-Kiara, você é reencarnação de minha serva, a sacerdotisa Helena. Como destino, você se torna uma guerreira. Vês esse broche em seu ombro, que no mundo real está em seu uniforme?

-Sim. O que é?

-O broche sagrado de Sailor Moon Atena, a minha sacerdotisa.

Nessa hora a fada chegou perto dela e rapidamente se transformou no cetro que a jovem vira na Ala das Armaduras. Kiara se lembrara o que houvera naquela hora que os homens a salvaram. E então, a fada voltou ao normal.

-Sou a deusa da vitória, Niké. Muito prazer. Não se preocupe, a sua intuição lhe guiará!

Kiara deu uma risadinha ao ver o jeito simples que a deusa falava. Atena caminhou até ela, mortal Kiara.

-Peço que me salve agora. Acorde e vá a mansão Kido. Para se transformar, diga "Pelo poder de Atena, transformação!" e no inimigo atire sua tiara. Agora vá!

Kiara sentiu cair no nada e acordou em seu quarto. Saltou de sua cama e vestiu uma roupa simples, mas que permitisse que saísse na rua. Pulou a janela do quarto com o broche grudado no lado esquerdo da camiseta. Direção leste, à casa de Saori Kido, a deusa Palas Atena!

-E então, verme, alguma notícia da "Essência de Atena"? – uma voz de mulher jovem gritava em meio à escuridão. Um terrível monstro nojento e ajoelhado ante quatro figuras femininas que a escuridão não permitia ver seus rostos, mas nem preciso ver era para saber que estavam nervosas e agitadas. O monstro aqui dito parecia uma gosma vinda das profundezas do esgoto, e para não deixar os leitores enojados, não seguirei com a descrição da criatura. Imaginem se quiserem o resto da "pessoa" monstruosa.

-Hoje senti uma cosmo energia poderosa numa casa "aaassiiim" de grande – o monstro abriu os braços em cruz, demonstrando o tamanho da casa.

-Huh, uma mansão, quer dizer? – disse outra jovem.

-É, é sim, maaaaansão...!

-Quero que vá lá e investigue. Se sentir a presença da essência tire do corpo do infeliz e nos traga! Tem 3 horas ou terá a cabeça destroçada, Monstro Geléia Negra!

-Sim, sim, senhoras, trago o que querem! – o monstro saiu correndo, não querendo perder um segundo só do prazo mortal.

-Não acha que foi dura demais com ele? – disse uma quarta voz, implicando com a terceira. Esta prontamente lhe respondeu:

-Se quiser ser destruída pela chefa, siga em frente, sendo boazinha com todos nossos servos... – e saiu para a profunda escuridão.

"Como vou entrar lá? É cheio de segurança!" – Kiara roia as unhas de nervosismo. Entrar numa mansão cheia de seguranças e câmeras... Parecia loucura, mas tinha que arranjar um jeito!

-Calma, menina, tenha calma. – a voz longa e suave de Atena ressoavam na sua mente. – Transforme-se, e de certo modo, conseguirás coisas incríveis!

Kiara voltou-se para trás rapidamente, esperando ver os glaucos olhos da deusa, mas tudo que viu foi a casa que ficava de frente a mansão, dona da árvore que se escondia. Teve a idéia de usar uma máscara feita na aula de Artes e sair correndo enquanto se transformava. E fez, correu em direção ao portão e um dos seguranças assustados informou a casa.

-PELO PODER DE ATENAAA, TRANSFORMAÇÃO!

Uma poderosa luz envolveu Kiara e ao se desfazer como a neblina, viu vestida com um colan branco e do centro, um laço rosado de onde saiam aquele tecido que fica nas costas dos marinheiros, em tom azul-marinho. Uma saia de mesmo tom, botas da cor do laço, luvas com a beirada no braço da cor da bota de cano longo e uma "coleira" rosada no pescoço. A tiara dourada com uma pedra no centro completava o visual de Sailor Moon Atena!

Kiara sentiu-se mais leve, solta... e rápida. Saltou sobre os muros e ganhou a casa, que entrou quebrando uma janela e se escondeu num canto esperando os guardas passassem.

Com os barulhos de cacos caindo, Hyoga, Shiryu e Shun acordaram num relance e saíram de suas camas quase que voando. Sailor Moon ia entrando. O poder impedia que quem a conhecesse, visse outra pessoa vestida naquela fantasia. Foi o que ocorreu, pois Shiryu deu de cara com a nossa heroína.

-Quem é você? – ordenou Shiryu.

-Sou Sailor Moon! Sou uma guerreira de Atena, mais que isso, sou também a sua sacerdotisa! Algo maligno está tentando atacar esta mansão.

-Você é uma amazona? Onde está sua armadura.

-Armadura? Viajou? – indagou inocentemente Kiara.

-Se você é uma guerreira de Atena, prove: CÓLERA DO DRAGÃO!

Kiara se esquivou. "Não creio que este cara seja o inimigo. Seus olhos, vejo a chama da justiça em seus olhos" e pensando foi, enquanto se desviava de outro golpe causado pelo cavaleiro.

-Se estás do lado da justiça, não penso em lutar contra ti, senhor. – gritou Kiara, num ato de tentar entrar num acordo com o santo de Dragão.

-Nunca ouvi falar em guerreiras de categoria "sailor" que não usa armaduras. Apesar de que conheço você de algum lugar, menina... – ao terminar a frase, Shiryu começou a encarar a jovem e por fim terminou – Mas talvez, seja apenas engano.

Os outros cavaleiros chegaram e vendo Kiara perguntaram quem ela era. Shiryu lhe contou o que a menina dissera.

-Para superar a segurança de alta tecnologia daqui ou tem que ser muito bom ou tem quer ter poderes especiais. De fato, chances de ser uma guerreira de Atena ela tem. – expressou-se Hyoga.

-Eu não sei o que vai atacar, mas Atena me avisou num sonho. Cabelos castanhos, levemente encaracolados e olhos verdes como o mar. – disse Sailor Moon – Disse que no sonho viajei no passado.

-Assim diziam ser a aparência de Atena no passado... – conclui Shun, e olhando para os colegas termina a sentença – ela fala a verdade.

Sailor Moon de repente saiu correndo, e os cavaleiros a perderam de vista. Ela subiu até o quarto de Saori, onde ela dormia tranqüila, quando...

-Sim, é a essência, é ela sim! – algo nojento e asqueroso repetia feliz da vida, enquanto tragava algo que parecia ser a alma de Saori.

-Pare agora mesmo! – disse uma sombra na porta do quarto

-Quem é você? – gritou assustado o monstro-geléia.

-Sou uma guerreira do amor e a justiça. E está na hora de ser castigado! – andou um pouco para a luz do luar vindo da gigante janela revelar sua identidade. – Sou Sailor Moon Atena, e vou castigar você em nome das estrelas e da deusa Atena! – e finalizou, apontando para o monstro.

-S-Sailor Moon? – gaguejou o monstro – uma sailor?

-Largue ela!

-Gosma ácida! – ele lançou o ataque.

-Estrelas de Atena. – e um monte de estrelas desciam das mãos de Sailor Moon e aos poucos enfraquecia o monstro.

-Deixe-me viver, deixe-me viver. – implorava o monstro sendo destruído.

-Ainda não terminei – retirando a tiara da testa, ela posicionou-se e se preparava para atacar – MOON TIARA, ATACK!

O monstro se desfez. Saori acorda e olha para Sailor Moon assustada. Sailor Moon consegue enxergar Atena nos olhos daquela mulher. Respeitosamente se ajoelha e se levanta em seguida.

-Durma em paz novamente, Saori Kido, a senhora Atena. Lembre de mim, Sailor Moon, sua eterna sacerdotisa. – assim dizendo, Kiara se lança pela janela, pouco antes dos cavaleiros chegarem.

-Está tudo bem, Saori? – perguntou afobado Shiryu.

-Sim, uma nova guerreira nasceu, banhada pelo luar. Não temam, meus cavaleiros, a luta não é de vocês agora. Pelo menos, por hora.

Os cavaleiros nunca tinham visto nos 14 anos que se passaram Saori com um olhar sereno e feliz como agora, como se por um só instante, se esquecesse de Seiya. Junto com ela, os guerreiros também sorriram, sob o luar prateado da Lua cheia daquela noite.

Continua...

1-Destiny cœur rouge

Eu só sei que adormeci. O livro de história aberto na Revolução Francesa, escurecendo minha visão. E assim eu dormia.

Um novo futuro

1-Destiny cœur rouge

Eu odiava estudar essa matéria, principalmente esse trecho em especial. Fazia-me mal. Me divertia mesmo praticando os esportes na aula de Educação Física. Eu me dirigia até a sala e sentei-me no fundão, onde eu costumava sentar.
Sempre era vista com maus olhos, nunca arrumei-me e vivia andando com os garotos. Não iria esperar mais nada de patricinhas metidas.
Comecei a rabiscar meu caderno enquanto eu esperava a professora entrar e vi alguém passar do meu lado e se sentar.
Não. Não eram passos conhecidos meus. A figura era um rapaz alto, bem apessoado, de cabelos castanhos escuros, quase negros. Eu apenas o olhei de relance, ele estava distraído e não reparou que eu o observava. Então voltei-me para meu caderno, ignorando o novato.
A aula de história correu normalmente, o professor de voz molenga falando da tomada da Bastilha no dia 14 de julho de... E nesse momento o novato se levanta, como se tivesse visto um fantasma de tão branco. Ele nem pediu licença e saiu correndo, sabe-se lá para onde. Eu tive a impressão de que ele me encarou nos olhos, bem no fundo dos meus olhos...

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-ANDRÉ!
Um desespero se apossava do peito daquela mulher em trajes masculinos. Estava agora diante do cadáver do homem que amara e ignorara por tanto tempo. Ela chorava, lágrimas amargas de dor, saudades.
Horas depois iriam se encontrar... Sim, no outro mundo.

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Aquele menino não tinha aparecido até o fim da aula. Por algum motivo, um bichinho carpinteiro chamado preocupação tomou conta de mim. Eu corria por todo o campus do colégio, procurando sinais do novato e o achei num jardim que raramente os alunos frequentavam. Eu andei até ele, devagar até que eu estivesse sobre a vista dele. Eu carregava também seu material e o estendi a ele.
-Você se esqueceu do material.
Ele me observou parecendo assustado. Ele acaso pensara que meu estilo de ser, tão rústico, soava como se eu fosse delinquente? Ele pegou e agradeceu.
-Obrigado. - foi apenas isso que ele disse.
Eu fiquei a observá-lo, igualmente silenciosa a ele. Eu também não entendia por que fui buscá-lo e ficar ali, encarando-o.
-Como se chama?
-André.
-Por que saiu daquele jeito da sala?
-Passando mal... Não conseguia melhorar e não voltei.
Ele respondia um pouco secamente, não me olhava nos olhos. Eu senti o vento passando por nós e parecia sussurrar palavras desconhecidas.
-Você é sempre assim tão evasivo?
-Tenho meus motivos.
-Eu me chamo Olga. Gostaria de ser sua amiga.
-Algum motivo em especial?
-Apenas não tenho amigos aqui e você é novo aqui.
Pela primeira vez ele me olhou nos olhos. O olhar dele me soou distante e nostálgico. Eu não entendia a onde de choque que percorreu meu corpo.
-Bem, até amanhã... André...
Eu dei de costas e por alguns segundos tive a impressão que vi outro cenário: ruelas de pedra e agitação de pessoas. Eu me senti um pouco tonta e me desequilibrei, e quando senti braços me ampararem eu “voltei” ao meu tempo, de paisagem cinzenta e as cores padrão do meu colégio nas paredes e aquele jardim.
-Está bem? - André me perguntou, ainda daquele jeito distante de pouco tempo atrás. Me ergui de novo, me afastando um pouquinho.
-Estou sim, foi a troca de luzes só.
-Não quer que eu te acompanhe, sei lá, até em casa ou no ônibus?
-Não há necessidade.Obrigada.
Eu voltei a andar. Sem olhar para trás e olhá-lo. Aquele colégio era de gente de posse e eu era apenas uma bolsista. Ninguém precisava saber que eu vivia num bairro humilde, próximo a favela. Tampouco precisava colocar um riquinho num local perigoso.

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-Façamos um promessa, minha Oscar... Um dia teremos de descer a terra de novo.
-Sim, iremos. É o que penso?
-Vamos nos encontrar em nossas vidas. Então viveremos juntos de verdade.
-Iremos... meu amor...

Continua...

3-O jardim de Aquário (庭水族館)

Eu a observava atônita. Como algo daquele tipo estava acontecendo? Devia ser algum truque de ilusionismo.
-Quê?
-Se perder, terá de obedecer o Yukida-san e o Amamiya-san, assim como Kido-sama.
Eu procurei ao redor alguma espada, percebi que não tinha opção senão ir em frente, mesmo que soasse como loucura. Mas quando toquei a espada ela se partiu do nada. Um selo oriental cortara a madeira.
Tentei advinha o trajeto e vi que vinha de Kaname, que, pesla posição, claramente tinha sido dela o selo afiado.
-Antes que pergunte, é um simples papel. Porém você não pode ver, apenas médiuns ouaqueles que desenvolve o cosmo pode ver. - ela não alterou uma expressão apática e séria. - Bem se vê que ainda não despertara. E é por isso que Yukida-san e Amamiya-san foram procurar-lhe.
Aquilo estava me irritando profundamente. Eu a defendi e agora ela agia dakela maneira? Peguei o que sobrou da espada de madeira e parti com tudo e a cada investida minha, Kaname desviava como uma borboleta, cheia de serenidade e delicadeza. Eram giros, saltos e pequenos passos que a faziam bailar no clube. Eu não conseguia compreender como ela tinha tamanha mobilidade. Foi quando eu olhei para um canto e vi meu ouji observando de braços cruzados. Sua expressão, sempre inalterada e fria, me soou como se estivesse decepcionado e desapontado.
Eu tinha que vencer. Não podia entristecer aquele misterioso homem que só eu via. Girei a espada e me preparei para atacar e “cruzei” com Kaname. Em campos opostos, segundos depois, a espada já incompleta, se despedaçou. Mas eu jurava que ela nem tinha me tocado!
-Isso é tudo? Não sabe se virar com seu anel?- disse Kaname,sempre de forma calma.
-Hei de tirar esse lixo do dedo.
-Isso não sairá... Não até que nos cumpramos nossa missão.
-Missão, missão... Que tudo se exploda! - corri em direção da minha direita, onde se encontrava o depósito de espadas e antes de chegar, as espadas se explodiram.
Os fragmentos que voaram feriram minha mão e meu rosto. Isso não me importava. Mas de novo ela nem sequer chegara perto e destroçara.
-Com meu cosmo posso controlar as almas mortas. E eu as ordeno que destrua ou qualquer coisa.
Eu já estava fula com tudo aquilo. Ia partir para socá-la com meu punho direito. Ela veio de encontro a mim, desviou da minha investida e girou no ar, me chutando nas costas. Cai no chão sentindo uma dor horrível e não sentia minhas pernas.
Ela me observava de alto, e jogou em minha direção alguns selos de papel. Me sentia acuada e só me protegi, cruzando os braços no rosto. Mas o objetivo dela nãoera me acertar e sim, demonstrar que eu havia perdido.
-Não se preocupe. Em uns 10 minutos suas pernas estarão normal.
Ela se retirou, não sem antes as estranhas a envolvessem de novo e ela voltasse a roupa que ela vestia.
Fiquei ali, só, enquanto chorava humilhada. Humilhante derrota, e o abandono do meu ouji.

Eu estava num enorme descampado, a brisa levantava o blaser de meu uniforme, levemente customizado. Meu cabelo tremulava enquanto eu encarava meu ouji, que parecia vestir uma túnica grega branca, diferente do uniforme que eu via sempre.
Não o encarei muito tempo, estava com raiva de mim mesma, mas ele se aproximou e me fez olhar para seus profundos olhos azuis. Tomou minha mão e senti um ar gelado envolver nossas mãos. E da pequena neblina ali, vi sair uma espada linda e esculpida no gelo. Ela logo se partiu e ele me olhou firme, como se me ordenasse algo. E então eu percebi que me fazia fluir uma estranha força em mim, ele insistia para que eu continuasse. Eu me perdia naqueles olhos, mas por eles queria honrá-lo. Faria a mais bela espada de gelo.
Queria que aqueles olhos brilhassem em contentamento para mim. Eu estava me apaixonando por uma ilusão, mas que fosse. Aquilo me dava força. E eu me sentia conectada a ele por esse estranho laço de força que sentia.
-Cosmo... - ele murmurou tão rapidamente, com uma voz forte e aveludada.
Aquela força era o cosmo que eu ouvia falar... E eu queria que fluísse, que a espada surgisse. E eu não tirava os olhos dos olhos dele.
-Ken garden suizokukan...
E como por mágica, uma espada saiu daquela neblina, linda, formosa e soando como algo mágico e poderoso.
-Consegui, meu ouji... consegui...
Ele me olhou sem parecer mudar sua expressão, mas seus olhos brilhavam. Eu ignorei a espada maravilhosa e semi-transparente e me lancei nos braços do ouji. Eu não percebi, apenas depois de o abraçar forte e selar meus lábios nos dele, sentir sua reciprocidade doce e magia e vê-lo me empurrar suavemente e sumir em seguida.

Ele sumiu e eu voltava ao clube, sendo acordada pelos meus novos pupilos. E eu percebi que minhas pernas voltaram a se mexer.
-Capitã, está chorando? - indagou preocupado o mais novo dos meninos ao meu redor. Foi quando reparei que filetes de lágrimas escorriam. As enxuguei e me levantei, sem nada dizer.
E lá fora vi Kaname, agindo comose nada tivesse ocorrido, e parecia me esperar.
-Você o vê? - perguntei.
-Quem?
-Esquece... - a ignorei e fui voltar para casa. De alguma forma, meu ouji queria que eu obedecesse aos dois japoneses. E eu perdi para Reiou, então deveria me rebaixar, por mais que doesse. E assim, talvez soubesse sobre meu ouji.

2-Eu não sou a única (私はじゃない)

-Chegou esta carta da escola. O que você andou aprontando, Anastasia?
Foi exatamente isso o que eu ouvi de papai quando abri a porta de casa. Eu não conseguia mmuito bem encará-lo como pai, já que convivi muito pouco com ele. O envelope estava fechado, mas tinha o selo do colégio.
-Endereçada ao responsável ou a mim?
-Você.
Tomei das mãos dele. O duelo foi um saco. Então eu tava com mau-humor. Não, não sou do tipo que toma as coisas na falta d educação, mas... Naquele dia, eu queria matar um.
Primeiro o anel bizarro, depois aquele Ouji que apareceu do nada e depois durante o duelo, com suas gélidas mãos, me pondo força. E por fim, aquela dupla de loiro caolho e japa Nescau me encarando como se fosso algo monstruoso o que fiz.
Larguei a bolsa em qualquer canto assim que entrei no quarto e me joguei na cama, pondo a abrir a carta, descolando o papel com auxílio das minhas unhas. No papel, reciclado, levemente creme e timbrado, dizia que eu devia me mudar para o alojamento no Colégio Saint. Normal, eu vivia recebendo esse tipo de coisa, certamente para depois inventarem algo para cobrar. Não só isso como eu achava injusto ocupar um leito que bem que podia ser de alguma estrangeira sem ter onde ficar durante a estadia. Como Kaname Reiou.
Continuei a espiar a carta, sem ler com muita atenção, chegando ao rodapé e vendo que a assinatura não era da diretora, Rosalie Pierdet, e sim da própria dona da fundação que abastece o colégio, a senhorita Saori Kido. Agora até essa patricinha mimada queria se meter na minha vida?
Rasguei enojadamente, saltei da cama e peguei minha espada, treinando movimentos contra o espelho. Descontei no ar meu estresse e por fim, deitei-me ao chão. Quando acabei de fazê-lo, eis que Ouji apareceu, de pé, me olhando com um ar sereno, mas que soava como um “por que fez aquilo?”
-Eu nada tenho haver... ouji...
Ele não falava, apenas franziu a sobrancelha como se me repreendesse.
-E o que te faz pensar que vou te ouvir? Nem sei quem você é e por diabos aparece só para mim?
Mais uma vez seu silêncio foi sua resposta, nem mesmo sua expressão mudou. Ele se virou e afastou um pouco, até sair do meu campo de visão, me forçando a sentar e me virar para vê-lo.
Quando reparei, ele apontava para um detalhe em sua roupa elegante e histórica: no lugar de um dos botões, entre o fim do tórax e início do pescoço, havia uma parte toda de pedrarias lindas e no centro, uma jóia maior. Quando me centrei na jóia que ele apontava, vi que em seu interior havia o mesmo simbolo do anel que estava no meu dedo.
-Vou você?
Como eu espera, ele nada emitiu de som. Mas sua expressão se atenuou. Então lembrei de ter visto um simbolo daqueles numa daquelas revistas de fofoca de mamãe. Ela até me dera uma, com explicações de boa alimentação, que me interessava por eu ser esgrimista, e busquei por ela. Achei-a em meio a minha gaveta de peças íntimas, rezando para que Ouji não visse o que eu estava mexendo (ou o conteúdo da gaveta). Folheei, procurando nervosamente a página que poderia estar.
Horoscopo. Coisa insana, sem noção. As tais ondas eram do signo de Aquarius, e o olhei com desprezo.
-Saiba você que eu não sou...
-Anastasia, tem duas pessoas aqui embaixo! Desça! - gritou papai, aparente calmo.

-Senhores Alexei Hyoga Yukida e Shun Amamiya. São empregados diretos da senhorita Kido, dona da Fundação Graad.
Eu continuei a observá-los, de braços cruzados e cara amarrada.
-Devo confessar, você é uma boa esgrimista. - disse o loiro, Hyoga, oferecendo-lhe a mão para me cumprimentar. Ignorei.
-Não foi para elogiar minha habilidades com espada que vocês vieram, certo?
Eles se entreolharam e pude ver que minha expressão de durona fazia efeito. Shun, o de cabelo castanho, pediu a meu pai que saisse brevemente e eu apenas observei toda a ação desenrolada.
-A senhorita deve ter recebido uma carta da própria Saori sobre se mudar para o alojamento.
-Recebi e rasguei-a com muito sabor. Me recuso a sair daqui.
Hyoga esfregou os cabelos, em descontentamento. Shun continuava sereno e gentil.
-Acho que a senhorita não leu direito. Não foi uma sugestão. Foi uma ordem.
-Todos os alunos agora tem que viver lá?
-Não. Estrangeiros sem moradia aqui na França e as “donzelas”. - respondeu Hyoga.
Eu encostei numa parede que tinha uma espada escondida por mim em emergências. Chamar-me indiretamente de donzela, como se eu fosse uma menininha a ser protegida me ofendeu. Saquei rapidamente e investi contra o loiro, que conteu a lâmina com um dedo, enquanto eu colocava toda a minha força.
-Shun, eu lembro perfeitamente que essa garota manifestou o cosmo dela junto de outro. Isso aqui de agora é força bruta só.
-Talvez tenha sido uma ressonância. Mas o anel está ali, no dedo dela. - Shun me encarou ainda sereno, enquanto eu estava extremamente nervosa.
-Que merda toda é essa? Como você defendeu minha espada com um só dedo e ainda na parte afiada sem se machucar?
-Meu dedo não está em contato direto. Puxe a espada para si. - respondeu Hyoga, também alheio ao meu estresse.
Fiz como ele disse e puxei para mim, recolhendo em minhas mão até a ponta. E então eu reparei que havia uma parte congelada. Toquei o gelo, que por algum motivo me remeteu a Ouji e a sensação gélida de seu toque à tarde.
-Esse anel é um sinal de escolha para aquelas que devem proteger as 12 Casas até novos cavaleiros de ouro surgirem. A verdadeira missão oculta do Colégio Saint é essa: localizar as garotas que ganharam esse anel. - disse Shun, se aproximando gentilmente de mim, ainda que não me tocasse.
-Doze casas... cavaleiros... Do que está falando?

-Senhorita Eiri?
Uma jovem adulta de cabelos loiros elegantemente arrumados entrou na pequena casa de empregados da ala asiática do Colégio.
-Procuro a Kaname-chan. Ela está? - respondeu a moça.
-Claro, minha menina está no templo preparando o ritual das orações de amanhã no hokora. - respondeu a mulher, enquanto o marido fechava a portal.
Eiri fez uma breve reverência e saiu da casa da família Reiou, se dirigindo ao hokora.

Fechei a cara e logo em seguida comecei a rir.
-Ah, mon Dieu... Que história da carochinha... - gracejei sob o olhar atonito de Hyoga e Shun.
-Somos cavaleiros de Atena e você, mesmo sendo de classe temporária, também é uma serva de Atena.
-Retirem-se.
-Saori Kido é Atena... E...
-RETIREM-SE!

O dia novo no colégio foi normal. Nada de loiro caolho, nada de homem afeminado chocolate. Os olhares ainda assustados dos alunos foi o que não mudou. Todos ali pareciam me respeitar. Fui andando para a sala de aula, que ocorreu monotonamente.
Eu me levantei e fui para o clube de esgrima, que apesar de não ter aula hoje, eu deveria tomar conhecimento. Também tinha de ver se Gèmmènè tinha retirado suas coisas. Abri a porta e vi Kaname ali, usando seu traje de sacerdotisa. A familia Reiou, apesar de empregada da escola, são os líderes espirituais xintoístas, por isso eu não estranhei.
-Senhorita Reiou, houve algum problema?
-Primeiro, obrigada. - ela me reverenciou, timidamente. - mas não é o duelo que me trouxe aqui.
Fiquei olhando, esperando que ela me respondesse. Ela ergueu sua mão direita e então pude observar algo ali em comum comigo. Um anel. Parecia ter um “69” desenhado, então percebi que eu não era a única.
-Soube que desobedeceu a senhorita Kido e deusa Atena. Vim aqui a pedido dela.
-Ah não! Mais idiotices zodiacais? - coloquei minha mão na cintura, furiosa de novo.
-Constelação de Câncer, vinde à mim!
Vi inúmeras luzes envolverem o corpo de Kaname, me cegando por alguns instantes e quando pude voltar meus olhos para ela, suas vestes estavam alteradas: era como se sua veste religiosa tivesse ganhado proporções menores, com um rosário no pescoço esapatos chineses ou algo parecido. As longos cabelos presos na altura da nuca.
-Vamos, Anastasia, evoque sua constelação. Hoje será o dia que vais ver qual é o seu destino... E que não sou tão frágil quanto pensa.

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